terça-feira, 23 de setembro de 2014

Ok, este para mim é um tema delicado: Alimentação.
Adoro comer, adoro cozinhar, adoro ir a um bom restaurante ou a uma tasca e experimentar novos sabores. Como qualquer mulher dominada pelos altos e baixos das suas hormonas, tenho alturas em que a comida me traz conforto. Já devorei pacotes de cheetos de uma assentada, uma bela lata de pringles de uma só vez, pringles com pizza, pizza com batatas fritas e maionese, batatas xl no burger king, bolachas com pepitas de chocolate em frente à televisão, nunca descansando até esvaziar o pacote. Sempre me fascinaram as pessoas que comem 2 ou 3 bolachas e arrumam as bolachas para o lado. Ou uma batatinha (sem maionese) e ficam satisfeitas. Juro! 
Estes excessos repetia-os praticamente todos os dias, usando a desculpa do "amanhã só como sopa", o que nunca acontecia.
Como costumo dizer, tenho um cérebro balofo, e posso considerar-me uma sortuda por o meu corpo não acompanhar proporcionalmente os meus excessos alimentares. Digamos que não sou nenhuma baleia, sou só uma mamã-golfinho em fase crítica.
Sou comida-que-só-faz-mal-dependente. Mesmo em última escala.
Acontece que há pouco tempo na fnac cruzei-me com um livro chamado "A enzima para rejuvenescer", do Dr. Hiromi Shinya, um médico japonês. Não sei bem o que me deu, mas comprei-o num impulso. Tenho uma lista enorme de livros em fila de espera por falta de verba, mas peguei nele e lá fui eu para a caixa. Pois bem, ainda bem que este livro me encontrou e encantou, qual feitiço estranho. Não é nenhuma obra-prima nem nada parecido, mas ao lê-lo despertei com muita intensidade para algumas coisas relacionadas com a nossa saúde, com o corpo e a mente. 


"Uma dieta constituída sobretudo por alimentos de origem animal, como carne, leite e seus derivados, gera muita proteínas anómalas ou lixo. Todos transportamos nas nossas células uma grande quantidade deste lixo que não se decompôs na totalidade. À medida que envelhecemos, os resíduos acumulam-se e tornam-se tóxicos". 


O nosso organismo tem capacidade de "se limpar" até um certo ponto. Mas quando excedemos esse ponto, as enzimas rejuvenescedoras que têm como função limpar as nossas células, não conseguem dar conta do recado. São um género de uma equipa de forças especiais a trabalhar numa fábrica de reciclagem. Chama-se autofagia, este processo natural de limpeza do nosso organismo. 
Segundo este médico, perante a fome este processo de auto-limpeza entra em acção com mais vigor. Ele defende que uma leve sensação de fome é saudável e que deve ser praticada pelo bem da nossa saúde. 
Ensina a praticar um jejum leve, de 15 a 18 horas, que deve ser feito 2 a 3 vezes por semana. Basta acabar de jantar por volta das 20h (pode e deve beber-se água mineral natural até à hora de deitar). Ao acordar beber meio litro de água, e comer fruta fresca da época. Almoçar normalmente, mas de preferência uma refeição leve, constituída por legumes crus, cereal, leguminosa e uma proteína que deverá ir do peixe ao tofu.


Aqui ficou um resumo muito resumido de alguns dos pontos do livro que mais me atraíram. Ao tomar realmente consciência disto, tenho que dizer que me senti profundamente mal e preocupada com o estado do meu organismo. Desta vez senti-me mesmo. Tenho 31 anos, não tenho o corpo dos meus sonhos, tenho falta de energia aliada a uma nuvem negra que me acompanha quase diariamente e tenho sentimento de culpa por me alimentar mal, por saber que estou a fazer mal a mim mesma e por a alimentação fácil, desiquilibrada e prejudicial ter tanto poder sobre mim. Também gostava de estar cá mais uns bons anos e com saúde para ver o meu filho crescer. Talvez esteja na hora de mudar, não?
Pois bem, deste livro tirei uma vontade de mudar...daquelas pacíficas. Totalmente diferente das muitas tentativas de mudança que sempre fiz, sempre violentas e impulsivas, que duravam 2 semanas e em que a recaída era um festim de cheetos, telepizza, bolos com creme e doses industriais de batatas e maionese. Desta vez este desejo de mudar não chegou com urgência. Fiquei sim com vontade de me conhecer livre de maus-alimentos, ver como o meu corpo reage, perceber como é o meu corpo e o meu organismo livre de venenos e maus-hábitos.
É verdade que tenho perdido imenso tempo na cozinha, não é nada fácil ter ideias para todas as refeições. Não é fácil obrigar-me a comer fruta, não é fácil beber mais água e dispensar açúcares e alimentos processados, tão acessíveis e jeitosos na prateleira do supermercado. E também não é de todo fácil ignorar todos os dias o pacote de lays extra-onduladas que tenho por abrir na despensa (até gosto de o ter lá a olhar para mim, mostro-lhe a língua e deixo-o outra vez às escuras).
A junk-food causa uma dependência como outro vício qualquer. O açúcar causa dependência, os processos químicos do organismo são condicionados por tudo o que ingerimos. Combater isto é muito difícil e requer uma força de vontade e de espírito incríveis. 
Ainda estou muito no início deste processo e tenho ido buscar motivação a mim mesma. Porque me sinto orgulhosa de mim, feliz com cada refeição, com cada passo que vou dando sem escorregar. Gosto do meu estado de espírito, sinto-me com mais energia, com a pele mais bonita e fresca, e são estes pequenos grandes resultados que me vão motivando a seguir em frente. Mas acima de tudo, sinto-me orgulhosa de mim e não quero deixar de sentir isto. 
Deixo aqui algumas refeições que tenho feito ultimamente. Espero conseguir inspirar alguém!




Hamburgers caseiros de seitan e cajú.
Acompanhamento: abacate, bróculos, tomate, espinafres
e molho de iogurte de hortelã


Hamburgers caseiros de seitan e cajú.
Acompanhamento: quinoa, pepino, cenoura, espinafres
e hummus
Grão cozido, tomate, pepino, alface, cenoura ralada, mix de
pevides e sementes germinadas









Quiche de cenoura, courgete e algo-francês.
Acompanhamento: couve-rouxa, cenoura e rúcula

Quiche de courgete, cogumelos, tomate e
bróculos. Acompanhamento: tomate, rúcula
e beterraba

Banana, maçã, pêra, uvas, bagas de goji
e cacau puro em pó



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